Como Pode Ajudar o Centro Paroquial?

21-07-2011 16:08

 Todos sabem do milagre que se fez na construção desta casa que não tendo um especial benfeitor, foi fruto de um milagre de generosidade deste povo de Avanca. As ajudas da Câmara Municipal foram nulas, e do Estado foram apenas 55.000.000$00 menos de um quarto do que se gastou. Claro que aquilo que as pessoas deram não se pode contabilizar, nem sequer tem retorno. Se agora fosse dar de volta o que as pessoas deram ficaríamos sem casa e sem nada. Uma pessoa que ajudou muito o Centro, que pretendesse levar de volta o que deu, teríamos de destruir tudo o que se fez. Há várias maneiras de reconhecer que foi um bem tudo o que foi feito: Primeiro ter na terra uma instituição que não existiria sem esta generosidade. Para visitar os idosos quanto custaria? Segundo podemos acolher os pobres que não seriam acolhidos noutros lados. Terceiro, poder ter na paróquia salas de catequese que faziam imensa falta. Por fim reconhecer que as 66 pessoas que aqui trabalham não teriam facilmente emprego noutro lado e é um bem para a terra ter empregos.
Claro que a manutenção de tudo custa dinheiro. Há coisas que são suportadas pela parte social que se não existisse custaria muito dinheiro a sua manutenção à Igreja.
Se o Centro Paroquial actual não existisse, onde é que os grupos se reuniam, onde haveria catequese, onde tinham um Auditório com a grandeza e qualidade que este tem?
É verdade que para alem da parte social que é subsidiada pelo Estado, existe também a parte de apoio à paróquia e a parte cultural e recreativa, que tem custos e que são pagos pela parte social. Uma obra destas, precisa sempre de ajudas para poder sobreviver. Mesmo a parte social que acolhe a todos, ricos e pobres, precisa de ser apoiada. Muita gente mais consciente em vez de dar directamente dinheiro a pobres, dá-o às instituições e associações que têm como fim a solidariedade.
Alguns sem escrúpulos fazem peditórios a nível nacional, fazendo muito pouco, mas pedindo muito. Cada instituição ou associação deveria pedir na freguesia onde existe porque lá sabem se precisam ou não. Quem pede no país inteiro, consegue fortunas que ninguém controla e vão enganando as pessoas. O Padre Américo dizia e com razão, que cada comunidade devia tratar dos seus pobres. Isto é válido para quem pede sendo, às vezes associações de “vigaristas” que até passam recibos e tudo, mas também é válido igualmente para as instituições e associações, sendo muitas delas “inventadas” por pessoas que as organizaram e que servem apenas os dirigentes que chegam a ganhar fortunas. É uma das coisas que precisava de ser moralizada no nosso país. As associações ou instituições que não são ajudadas pelo estado ou são suspeitas de incompetência reconhecida pelo Estado e por isso são as mais ajudadas que abusam da vontade das pessoas, pedindo com muita insistência em todo o país, sobretudo onde não são conhecidas. Se todas as instituições pedissem em todo o país teríamos que diariamente ajudar mais de 100 o que seria incomportável. Devemos ajudar só as que sabemos que precisam e que conhecemos. Os Samaritanos são especialistas nesta matéria, pedindo em todo o país. Quando as pessoas resistem, o ultimo argumento é pedir para uma cadeira de rodas. É uma pena e uma vergonha o que se faz. Se os recursos são poucos não os podemos entregar a gente sem escrúpulos. O artigo que há anos foi publicado no Jornal de Notícias sobre os Samaritanos é significativo e ajuda a abrir os olhos.
Enquanto os samaritanos pedem para cadeiras de rodas o Centro Paroquial e Social de Avanca empresta cadeiras de rodas a pessoas quer da freguesia de Avanca quer do concelho de Estarreja e mesmo para fora do concelho.
É verdade que o Centro Paroquial tem mesmo necessidade de ajudas perante uma obra para quem o Estado dá 1.326.000 Euros e são precisos cerca de quatro milhões e duzentos mil. Mas não vamos correr o país inteiro. Vamos pedir mais na freguesia de Avanca que nos conhecem e onde as pessoas sabem que precisamos, pois podem ver a obra a crescer. É verdade que os Cuidados Continuados não vão existir em todas as freguesias e as freguesias e concelhos mais próximos vão beneficiar destas obras, pelo menos ficando os doentes mais próximos, em vez de irem para muito longe.
Neste momento em que os recursos são poucos há muitas maneiras de ajudar esta obra:
- Ajudas monetárias
- Oferta de produtos, quer fruta, quer hortaliças, quer cereais, tudo é útil e é de facto uma nova forma de ajudar.
- Deixando bens à instituição, que depois podem ser vendidos para se pagar a despesa das obras que são avultadas. As despesas das várias valências não têm deixado dinheiro para poder destinar as obras que estão a ser feitas. Os preços que nos praticamos são reduzidos, de tal maneira que têm dado apenas para cobrir despesas. Penso que é possível as pessoas compararem preços e verem que praticamos preços reduzidos em relação a outras instituições. O que seria de alguns idosos e crianças que aqui estão a pagar quase nada? Quem os receberia? Quando há dias uma pessoa de Avanca dizia que estava a gastar com a mãe quase 1.500 Euros mensais, eu pensei que os nossos idosos em média pagaram 381 Euros mensais em 2008 e agora podem estar a dar à volta dos 400 Euros mensais em media. Alguma instituição tem possibilidade de receber idosos a pagar em média tão pouco? Já aqui tivemos pessoas que não nos pagaram nada durante anos e não os mandamos para casa, embora uma Assistente da Segurança Social nos dizer: “Se não paga, mande-o para casa”. Sabíamos que se o mandássemos embora já estaria morto há muito tempo.
Há pessoas que por norma estão sempre contra aqueles que conhecem.
- Sabe que em Avanca não se paga nem baptizados nem casamentos nem funerais? (Os casamentos apenas pagam a licença de Aveiro e gastos do processo, quando se tem de pedir documentos a outra freguesia.
- Sabe que quando um defunto está numa capela, mesmo na capela do Centro (S. José), ainda que seja necessário ligar o aquecimento ou o ar condicionado, não se cobra nada, mesmo pela luz que se gasta?
Estas situações só são possíveis porque há generosidade de alguns. Mas quando for necessário levar dinheiro pelas coisas que se fazem para a paróquia sobreviver, pelo menos da minha parte terei pena porque para alguns entenderem que pagam o que se faz, é um mau principio. A Igreja precisa de viver, mas não vende o que faz. É este o equívoco que deve evitar-se.

In: Notícias de Avanca

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